sábado, 16 de agosto de 2014

A UM EXILADO ENTRE SEREIAS



                                   Ao insigne poeta Jair Gramacho

Puvis de Chavannes - Mulheres à Beira-Mar, 1879, o.s/t
Irei aí um dia, amigo, em cavalgada
De pássaros, de ventos, visitá-lo!
Uma égua, tal a do Campos, na estrada,
Estará lá a roçar-se em seu cavalo,

Por sob um céu de salvas e perfumes.
Creio vê-la a aspirá-los, como gente.
E que haverá no brilho de seus lumes
Versos que cedem halo a sol frequente.

Creio ver ainda mais; até moçoilas
Tecendo uma coroa de azaleias,
Em seda guarnecida a lantejoulas.

Eu cá adivinho a cena: águas lá embaixo
Despacham-lhe miríades de sereias.
E elas: “Viemos servi-lo, seu Gramacho”.

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