Fernando Pessoa (Lisboa,1888-1935)
Sobre odes dos heterônimos
O termo Ode remete-nos para dois diferentes tipos de composição representados na obra de Fernando Pessoa: as grandes Odes de Álvaro de Campos – «Ode Triunfal» (1914), «Ode Marítima» (1915) e «Dois Excertos de Odes» (1914), para além das menos conhecidas e inacabadas «Ode Marcial» (1916) e «Ode Mortal» (1927) – e as pequenas Odes de Ricardo Reis. Definida como um poema lírico dividido em estrofes semelhantes entre si pelo número e medida dos versos, a ode ganha em Álvaro de Campos características completamente diversas. Trata-se, no seu caso, de composições em longos versos brancos, alternando com versos curtos, sem métrica, à maneira de Walt Whitman. São odes futuristas, destinadas a cantar (como se preceitua também para este tipo de poema) a máquina e a vida moderna. O título «Ode Triunfal» não deixa, no entanto, de apresentar uma ressonância antiga, se nos lembrarmos das Odes Triunfais de Píndaro, celebrando os atletas vencedores dos jogos olímpicos. Em contrapartida, as Odes de Reis, publicadas pela primeira vez em Athena, nº 1, Outubro de 1924, mostram como Pessoa conhecia bem a tradição greco-latina e os aspectos formais deste género de poesia. Este conhecimento, adquirido na juventude (em Durban, aprendeu a ler Horácio no original, exercitando-se a traduzir as suas odes para versos ingleses, e estudou também poetas como Milton e Marvell, grandes cultores da ode), permite-lhe fazer uma perfeita tradução contemporânea das odes da antiguidade. Pessoa refere-se, aliás, à intemporalidade das odes clássicas do seu heterónimo, numa carta para Armando Côrtes-Rodrigues, de 4-10-1914: «Essas são em verdade contemporâneas por dentro da idade eterna da Natureza» (Correspondência, I, p. 124). E também Sá-Carneiro, numa carta de 27-6-1914, vê nelas, «uma “novidade” clássica horaciana». Maria Helena da Rocha Pereira chama a atenção para a capacidade de renovação do género que Reis revela. E sublinha o cuidado com a isometria e o perfeccionismo de Reis no tratamento que lhe dá, encontrando ecos de Virgílio em Reis, e intertextualidades entre as suas odes e as de Horácio. No entanto, a poesia de Reis, embora siga o esquema formal e temático das odes de Horácio, apresenta um nível especulativo e uma complexidade incomparavelmente maiores.
BIBL.: Maria Helena da Rocha Pereira, Reflexos horacianos nas odes de Correia Garção e Fernando Pessoa (Ricardo Reis), Porto, 1958; idem, «Leituras de Ricardo Reis, in Circum-navegando Fernando Pessoa, Coimbra, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 1986.
Manuela Parreira da Silva
DOIS EXCERTOS DE ODES
(fins de duas odes, naturalmente)
I
II
Ah o crepúsculo, o cair da noite, o acender das luzes nas grandes cidades
E a mão de mistério que abafa o bulício,
E o cansaço de tudo em nós que nos corrompe
Para uma sensação exata e precisa e ativa da Vida!
Cada rua é um canal de uma Veneza de tédios
E que misterioso o fundo unânime das ruas,
Das ruas ao cair da noite, ó Cesário Verde, ó Mestre,
Ó do «Sentimento de um Ocidental»!
Que inquietação profunda, que desejo de outras coisas.
Que nem são países, nem momentos, nem vidas.
Que desejo talvez de outros modos de estados de alma
Humedece interiormente o instante lento e longínquo!
Um horror sonâmbulo entre luzes que se acendem,
Um pavor terno e líquido, encostado às esquinas
Como um mendigo de sensações impossíveis
Que não sabe quem lhas possa dar...
Quando eu morrer,
Quando me for, ignobilmente, como toda a gente,
Por aquele caminho cuja ideia se não pode encarar de frente,
Por aquela porta a que, se pudéssemos assomar, não assomaríamos
Para aquele porto que o capitão do Navio não conhece,
Seja por esta hora condigna dos tédios que tive,
Por esta hora mística e espiritual e antiquíssima,
Por esta hora em que talvez, há muito mais tempo do que parece,
Platão sonhando viu a ideia de Deus
Esculpir corpo e existência nitidamente plausível.
Dentro do seu pensamento exteriorizado como um campo.
Seja por esta hora que me leveis a enterrar,
Por esta hora que eu não sei como viver,
Em que não sei que sensações ter ou fingir que tenho,
Por esta hora cuja misericórdia é torturada e excessiva,
Cujas sombras vêm de qualquer outra coisa que não as coisas,
Cuja passagem não roça vestes no chão da Vida Sensível
Nem deixa perfume nos caminhos do Olhar.
Cruza as mãos sobre o joelho, ó companheira que eu não tenho nem quero ter.
Cruza as mãos sobre o joelho e olha-me em silêncio
A esta hora em que eu não posso ver que tu me olhas,
Olha-me em silêncio e em segredo e pergunta a ti própria
— Tu que me conheces — quem eu sou...
“Dois Excertos de Odes (Fins de duas odes, naturalmente)”.
Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993).
- 160.1ª publ. in Revista de Portugal, nº4. Lisboa: Jul. 1938.
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa,
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei-de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Génio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicómios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora génios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas —
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas —,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistámos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordámos e ele é opaco,
Levantámo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folhas de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, sem rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.
(Tu, que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno — não concebo bem o quê —,
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei, e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente.
Fiz de mim o que não soube,
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.
Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-te como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olhou-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, e eu deixarei versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?),
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.
Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o: é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.
Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993).
- 252.1ª publ. in Presença, nº 39. Coimbra: Jul. 1933.
Portugal Infinito, onze de junho de mil novecentos e quinze... Hé-lá-á-á-á-á-á-á! De aqui de Portugal, todas as épocas no meu cérebro, Ó sempre moderno e eterno, cantor dos concretos absolutos, Cantor da fraternidade feroz e terna com tudo, Quantas vezes eu beijo o teu retrato! Uma ereção abstrata e indireta no fundo da minha alma. Nada do engageant em ti, mas ciclópico e musculoso, Meu velho Walt, meu grande Camarada, evohé! Nunca posso ler os teus versos a fio... Há ali sentir demais... Não sei se estou aqui, de pé sobre a terra natural, Abram-me todas as portas! Que nenhum filho da... se me atravesse no caminho! Arre! Vamos lá pra frente! (Deixa-me tirar a gravata e desabotoar o colarinho . Numa grande marche aux flabeux-todas-as-cidades-da-Europa, Por isso é a ti que endereço Aos trambolhões me inspiro, Abram-me todas as janelas! Não quero fechos nas portas! Quero a contiguidade penetrada e material dos objetos! Quero voar e cair de muito alto! Clímax a ferro e motores! Ponham-me grilhetas só para eu as partir! Os marinheiros levaram-me preso, Pula, salta, toma o freio nos dentes, He calls Walt: Porta pra tudo! Agora que estou quase na morte e vejo tudo já claro, Sem dúvida teve um fim a minha personalidade. Não tive talvez missão alguma na terra. Heia que eu vou chamar Ave, salve, viva, ó grande bastardo de Apolo,
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OPIÁRIO
Sentir a vida convalesce e estiola E eu vou buscar ao ópio que consola Um Oriente ao oriente do Oriente. Esta vida de bordo há-de matar-me. Em paradoxo e incompetência astral É por um mecanismo de desastres, Vou cambaleando através do lavor Ando expiando um crime numa mala, Ao toque adormecido da morfina Eu, que fui sempre um mau estudante, agora Perdi os dias que já aproveitara. E fui criança como toda a gente. Gostava de ter poemas e novelas A vida a bordo é uma coisa triste, Eu acho que não vale a pena ter Por isso eu tomo ópio. É um remédio Fumo. Canso. Ah uma terra aonde, enfim, Sou desgraçado por meu morgadio. Eu fingi que estudei engenharia. Não chegues a Port-Said, navio de ferro! Volto à Europa descontente, e em sortes Gostava de ter crenças e dinheiro, Não tenho personalidade alguma. Não posso estar em parte alguma. Um dia faço escândalo cá a bordo, Levo o dia a fumar, a beber coisas, Escrevo estas linhas. Parece impossível Os ingleses são feitos pra existir. Pertenço a um gênero de portugueses Leve o diabo a vida e a gente tê-la! Caio no ópio por força. Lá querer Que um raio as parta! E isto afinal é inveja. Ora! Eu cansava-me o mesmo modo. Febre! Se isto que tenho não é febre, Veio a noite. Tocou já a primeira Porque isto acaba mal e há-de haver E quem me olhar, há-de-me achar banal, Ah quanta alma viverá, que ande metida Se ao menos eu por fora fosse tão Um inútil. Mas é tão justo sê-lo! Tenho vontade de levar as mãos O absurdo, como uma flor da tal Índia Deixe-me estar aqui, nesta cadeira, Ah que bom que era ir daqui de caída E afinal o que quero é fé, é calma, (No Canal de Suez, a bordo) Fernando Pessoa; arte de Almada Negreiros (Lisboa: Museu GuggenhimAntónio Lobo Antunes (entrevista):“Fernando Pessoa me aborrece atéa morte; Álvaro de Campos imitaWhitman e Ricardo Reis é Virgílio"https://brasil.elpais.com/brasil/2015/09/18/cultura/1442599830_647238.html PESSOA, PRIMEIRO E ÚNICO A Heloísa Prazeres Tu tomaste café n´A Brasileira E logo dali saíste para o mundo. Vestes casaco preto a vida inteira, Sem que a ver tenha com o teu ser profundo. Um dia me dirás, meu bom Fernando, Se em ti Pessoa vinga só no nome. Se há de ti tantos outros perdurando, Por que eles vêm e vão e o pai não some? O teu nome pertence à Humanidade; Vem de ti para mim essa verdade. Tu, poeta, é que és o imperador da língua. Muitos viram em outros teu segundo. Não há maior mentira neste mundo, Pois quem assim pensou morreu à míngua.
(SSA/BA, 16/06/2016, Salvador: Estuário dos dias e outros poemas, p. 133, 2007) Desenho de Almada Negreiros (1893-1970), pintor e amigo de Fernando Pessoa |
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