quarta-feira, 6 de setembro de 2023

CRONOLOGIA DE VIDA E OBRA DE F. MATTOS



1932 – Nasce em 8 de abril Florisvaldo Moreira de Mattos, na Fazenda Conceição, na região de Serra Verde, pertencente a Água Preta, então distrito do Município de Ilhéus, primeiro filho de Oscar Moreira de Matos, lavrador, então administrador rural, e Gertrudes Ferreira de Freitas, ambos nordestinos, ele, baiano, nascido nas margens do Rio Itapicuru, ela, da região do Barro, no Ceará.
             - Em outubro do mesmo ano, os pais se mudam para a localidade de Barro Vermelho, Zona de Água Fria, no distrito de Taboquinhas, Município de Itacaré, onde o pai associa-se com o irmão Emílio Moreira de Matos em exploração de comércio rural, num estabelecimento de secos e molhados.
1936 – Deixa a zona rural, ao ser enviado para Água Preta, onde passará a viver com a tia materna Maria das Dores Ferreira de Freitas, morando na Rua do Apertucho (nome oficial: Rua Dr. Soares Lopes), com vistas à sua preparação para início do Curso Primário.
1938 a 1944 - Cursa irregularmente o Primário, concluindo-o no Grupo Escolar Carneiro Ribeiro, escola pública, principal estabelecimento de ensino da então vila de Água Preta, já a esta altura com o nome trocado para Uruçuca, em obediência a determinação de um decreto do presidente Getúlio Vargas, proibindo duplicidade de nomes de localidades no país.
1945 -  Muda-se com a família para a cidade de Itabuna, ante a necessidade de se matricular no curso secundário. Na falta de ginásio, cursa o primeiro ano do Educandário Divina Providência, que se destina à formação de professores para o Curso Primário.
1946 – Matricula-se no Ginásio da Divina Providência, que acaba de ser fundado por decisão do Ministério da Educação.
1950 – Conclui o curso ginasial. Em Itabuna, escreve seus primeiros poemas.
1951 – Transfere-se para a cidade de Ilhéus, para cumprimento do serviço militar obrigatório, e lá cursa o primeiro ano colegial. Publica poemas e texto em prosa no Diário da Tarde, de Ilhéus. Conhece pessoalmente o poeta Sosígenes Costa, visitando-o em seu gabinete de secretário da Associação Comercial de Ilhéus.
1952 – Transfere-se para a cidade do Salvador, indo morar numa pensão situada na Rua Augusto Guimarães, nº 118 (Ladeira da Soledade), matriculando-se em seguida no Colégio da Bahia, um modelo do sistema de ensino secundário da época. Publica poemas no jornal A Voz de Itabuna.
1953 – Conclui o curso secundário no Colégio da Bahia.
1954 – Submete-se ao exame vestibular e, aprovado, ingressa na Faculdade de Direito da então Universidade da Bahia.
1955 – Publica dois poemas no jornal O Momento, órgão do Partido Comunista Brasileiro, na Bahia.
1956 – Publica na revista Ângulos, nº11, editada pelo Centro Acadêmico Ruy Barbosa (CARB), da Faculdade de Direito, o poema “Composição de Ferrovia”, que depois integrará o conjunto de seu primeiro livro Reverdor.

1957 – Incorpora-se às atividades do grupo nuclear composto de jovens intelectuais atuantes sob a liderança de Glauber Rocha, que passará a ser reconhecido sob o rótulo de Geração Mapa. Publica o poema “Duração do aroma”, no nº 12, da revista Ângulos, e “Poente aos bois”, no nº 2, da revista Mapa.
1958 – Em 17 de julho, pertencendo ao grupo de jovens intelectuais sob a liderança de Glauber Rocha, é levado por este para compor a equipe inaugural da Redação do Jornal da Bahia, que estava em preparação para ser lançado em Salvador, na função de Repórter de Geral.  Em 08 de dezembro, obtém o diploma de Bacharel pela Faculdade de Direito da Universidade da Bahia, em solenidade no Auditório da Reitoria, mas opta pelo exercício profissional do jornalismo impresso, contratado pelo Jornal da Bahia, desde setembro, mês em que este veículo começa a circular. Publica o soneto “A cabra”, na página literária do Jornal da Bahia, dirigida pelo historiador e contista Luiz Henrique Dias Tavares, fruto de tertúlia boêmia com o poeta Jair Gramacho, que compareceu com o poema “Soneto oitavo de Atalanta em Calidonia”.
1959 – Em fevereiro, transfere-se, juntamente com Glauber Rocha e Paulo Gil Soares, do Jornal da Bahia, para a equipe de Redação do Diário de Notícias, órgão da cadeia dos Diários Associados, pertencente ao empresário de comunicação Assis Chateaubriand. Ainda neste ano, concomitante com a atividade regular de jornalista, compõe com Glauber Rocha e Paulo Gil a equipe fundadora do Suplemento Dominical do Diário de Notícias, o famoso SDN, sob a direção do jornalista Inácio de Alencar, então chefe de redação do Diário de Notícias, nele publicando poemas e sonetos.
1961 – Em julho, parte para um estágio na Redação do Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro, como participante de um programa de aperfeiçoamento profissional, na época patrocinado pela companhia Standard Esso do Brasil, retornando em setembro. Assume o posto de chefe-de-reportagem do Diário de Notícias e, logo a seguir, a chefia da Redação, com a decisão do jornalista Inácio de Alencar de afastar-se do cargo.
1962 – Em fevereiro, a convite do jornalista Alberto Dines, então editor-chefe do Jornal do Brasil, é contratado como correspondente deste veículo na Bahia. Em março, ingressa na Universidade Federal da Bahia, contratado como professor do Curso de Jornalismo então implantado, integrando a grade letiva da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Participa da antologia Novíssima Poesia Brasileira, editada pelo crítico literário Walmir Ayala.
1963 – Em março, deixa o Diário de Notícias e retorna à Redação do Jornal da Bahia, onde cria e assume a coluna Bahia, Dia Útil.
1964 – Parte para Madri, Espanha, onde cumprirá um curso de aperfeiçoamento em jornalismo, organizado pelo Instituto de Cultura Hispânica e Escuela Superior de Periodismo. Ao retornar de Madri, assume o cargo de chefe de reportagem do Jornal da Bahia.
1965 – Em 07 de julho, publica Reverdor (Salvador: Edições Macunaíma), seu primeiro livro de poesia, composto de poemas de inspiração agrária. Em 7 de dezembro, nasce Elsinha, sua primeira filha (Elsa de Mattos).
1968 – Em 8 de agosto, funda e assume a direção da Sucursal do Jornal do Brasil na Bahia, localizada no Edifício Bráulio Xavier, na Rua Chile. Participa da antologia 25 Poetas/Bahia/1633 a 1968.
1969 – Ingressa no Mestrado em Ciências Sociais, na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, da Universidade Federal da Bahia.
1972 - Conclui o Curso de Mestrado, com a dissertação sob o título A Comunicação Social na Revolução dos Alfaiates, sendo aprovado com Distinção por uma comissão composta dos professores José Calasans e A. L. Machado Neto, da UFBA, e pelo jornalista Macedo Soares, colunista político do Diário Carioca, do Rio de Janeiro. Participa da antologia Breve Romanceiro do Natal.
1973 – Nasce seu filho Mauro.
1974 – Lançamento na Escola de Biblioteconomia e Comunicação (UFBA) da 1ª edição do livro A Comunicação Social na Revolução dos Alfaiates (Salvador: Edufba), fruto de dissertação do citado Mestrado em Ciências Sociais, da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH), da UFBA. Sob a direção de Sóstrates Gentil, é levada no Teatro Vila Velha sua peça de teatro intitulada Valentino.
1975 – Publica seu segundo livro de poesia, Fábula Civil (Salvador: Edições Macunaíma), nas dependências do Museu de Arte Sacra da Bahia, no Convento de Santa Tereza, na Rua do Sodré.
1977 – Inauguração do edifício-sede do conjunto Sucursal do JB e Rádio Jornal do Brasil, por cuja chefia é responsável, no bairro de Pernambués. Participa da antologia Poesia Moderna da Região Cacaueira, (Organização: Telmo Padilha. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira).
1978 – Nasce sua filha Joana.
1979 – Participa da antologia 12 Poetas Grapiúnas. (Organização de Telmo Padilha. Rio de Janeiro: Edições Antares).
1982 – Em 30 de abril, interrompe seu vínculo empregatício com o Jornal do Brasil.
1985 – Publica, em cooperação com o poeta Fernando da Rocha Peres, a plaqueta Dois Poemas para Glauber Rocha (Salvador: Edições Macunaíma).
1987 – Assume o cargo de presidente da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), integrante da Secretaria de Cultura da Bahia, no governo Waldir Pires.
1990 – Em 18 de maio, a convite do jornalista Jorge Calmon, então redator-chefe do jornal, assume o cargo de editor do Caderno Cultural, de A Tarde, editado aos sábados em formato tabloide.
1994 – É eleito para a Cadeira nº 31, da Academia de Letras da Bahia, em substituição ao poeta Carvalho Filho. Em março, aposenta-se no cargo de Professor da Faculdade de Comunicação, da Universidade Federal da Bahia.
1995 – Em 23 de novembro, toma posse como novo membro da Academia de Letras da Bahia, para o qual fora eleito no ano anterior, pronunciando discurso, em concorrida cerimônia no auditório da entidade, sendo saudado pelo jornalista, poeta, professor e crítico literário João Carlos Teixeira Gomes. Integra a Comissão Julgadora do Prêmio Selo da Bahia, iniciativa da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb).
1996 – Publica seu terceiro livro de poesia, A Caligrafia do Soluço e Poesia Anterior (Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado-Prêmio Copene de Cultura e Arte). Em março, durante solenidade no Teatro Municipal de São Paulo, recebe o prêmio de melhor veículo nacional, no quesito Divulgação Cultural, para o Caderno “Cultural”, do jornal A Tarde, na condição de seu editor. Em solenidade no auditório da Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro, recebe o Prêmio Ribeiro Couto, da União Brasileira de Escritores, pela publicação de A Caligrafia do Soluço e Poesia Anterior.
1997 – Em agosto, publica pelo selo editorial Memorial das Letras o livro de ensaios intitulado Estação de Prosa & Diversos, no qual se incluem a peça de teatro intitulada Valentino e o conto Fuga.
1998 – Publica a 2ª edição de A Comunicação Social na Revolução dos Alfaiates (Salvador: Assembleia Legislativa, em coedição com a Academia de Letras da Bahia), no bojo das comemorações dos 200 anos do movimento conhecido como Revolta dos Búzios. Participa do volume Ilhéus de Poetas e Prosadores. (Seleção de Cyro de Mattos. Salvador: Secretaria da Cultura/Fundação Cultural do Estado da Bahia/Empresa Gráfica da Bahia. Coleção Selo Editorial Letras da Bahia, nº 36).
1999 – Participa de Poesia Baiana no Século XX – Antologia (Organização de Assis Brasil. Rio de Janeiro: Imago Editora; Salvador - BA: Fundação Cultural do Estado da Bahia).
2000 – Publica Mares Anoitecidos (Rio de Janeiro: Imago Editora), seu quarto livro de poesia, edição inserida do programa de comemorações dos 500 anos do Descobrimento, na Bahia.
2001 – Publica seu quinto livro de poesia, Galope Amarelo e Outros Poemas. Com a coletânea de sonetos intitulada “Sosigeníada”, participa da antologia A Sosígenes com afeto, organizada por Hélio Pólvora (Salvador: Fundação Gregório de Mattos-Edições Cidade da Bahia).
2002 – Participa da antologia poética Fauna e Flora nos Trópicos – Seleta três (Fortaleza, CE: SECULT); e também da seleção Com a Palavra o Escritor (coleção de eventos com vários participantes promovidos pela Fundação Casa de Jorge Amado, organização de Carlos Ribeiro. Salvador: FCJA-Braskem).
2004 – Em agosto, publica Travessia de Oásis – A Sensualidade na Poesia de Sosígenes Costa (Salvador: Secretaria de Cultura e Turismo do Estado da Bahia). Com o ensaio “Caleidoscópio – Êxito Fosfóreo”, participa da coletânea O Triunfo de Sosígenes Costa – Estudos, Depoimentos e Antologia. Organização de Cyro de Mattos e Aleilton Fonseca (Ilhéus-BA: Editus/UEFS).
2009 – Em março, é homenageado em noite cultural no auditório da Casa de Cultura Pacífico Ribeiro, em Jequié, no âmbito do Projeto Travessia das Palavras, realização da Academia de Letras de Jequié, sob a coordenação dos poetas Leonam Oliveira e José Inácio Vieira de Melo, com poemas de sua autoria declamados pelo Grupo Concriz. Em outubro, recebe o título de Cidadão da Cidade do Salvador, concedido pela Câmara de Vereadores da Capital, por proposta da vereadora Vânia Galvão.
2010 – Participa da antologia O prisma das muitas cores – Poesia de Amor Portuguesa e Brasileira (Organização de Victor Matheus. Amarante, Portugal: Editora Labirinto e Autores). 
2011 – Em 11 de fevereiro, decide afastar-se totalmente do exercício profissional do jornalismo, com a renúncia ao cargo de editor-chefe do jornal A Tarde, de Salvador, sendo aplaudido na sua retirada pelos colegas da Redação, que o acompanharam desde a sua sala até o estacionamento do edifício-sede, no Caminho das Árvores, em noite memorável. Em 14 de abril, publica seu sexto livro de poemas, Poesia Reunida e Inéditos (São Paulo: Escrituras Editora), na Livraria Cultura do Salvador Shopping. Participa do volume (antologia) Roteiro da Poesia Brasileira – Anos 60 (Seleção de Pedro Lyra; direção de Edla van Steen. São Paulo: Global). Participa do volume Poesia e Memória – A poética de Myriam Fraga, com o ensaio intitulado “Myriam Fraga: poeta de primeira grandeza”. (Organização de Evelina Hoisel e Cássia Lopes. Salvador: Edufba). Lançamento de Poesia Reunida e Inéditos em Itabuna, a convite e sob coordenação do escritor Cyro de Mattos, então presidente da Fundação Cultural de Itabuna.
2012 – Publica seu sétimo livro de poesia, Sonetos Elementais – Uma antologia (Salvador: EPP Publicações e Publicidade). Comemora o transcurso de seus 80 anos de idade em Paris, na companhia de sua mulher, Vera Pessoa, e dos casais Maria da Paixão e Ruy Espinheira Filho e Maria Aparecida (Cida) e Carlos Barral, Helga e Euvaldo Moreira de Mattos, à noite em um barco ao longo do Rio Sena. Participa da antologia bilíngue (Francês-Português) Travessia de Oceanos – Vozes poéticas da Bretanha e da Bahia (Organização e tradução de Domique Stoenesco. Paris: Éditions Lanore).
2013 – Participa da antologia Autores Baianos: Um Panorama (Salvador, Bahia: Funceb-P55 Edições), publicada em quatro línguas (Português, Alemão, Inglês e Espanhol), lançada na Feira de Frankfurt, Alemanha.
2014 – Em novembro, participa da Feira do Livro de Cachoeira (Flica), onde faz exposição e lê poemas de sua autoria.
2015 – Em agosto, participa da Feira Nordestina do Livro (Fenelivro), em Recife, juntamente com os escritores Ruy Espinheira Filho, Carlos Barbosa e Allex Leila. Em 24 de outubro, participa como homenageado do projeto 2 Dedos de Prosa ½ Dúzia de Versos, em Maracás-BA, em sessão pública coordenada por Marcelo Nascimento e Ailana Damasceno e realizada no auditório da Câmara de Vereadores local, quando pronunciou conferência sobre poesia e teve poemas seus declamados pelo Grupo Concriz - Poetas, Recitadores e Afins, especializado em poesia teatralizada.

2017 – Em abril (dia 6), publica seu oitavo livro de poesia, Estuário dos dias e outros poemas (Salvador: Caramurê Publicações), com lançamento no Palacete das Artes (Rua da Graça).

No dia 26, é o homenageado do II Festival Literário de Ilhéus, em sessão especial de conferência e debates, com a mediação da escritora Tica Simões, professora de Literatura da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).

Em 25 de agosto, participa da sessão especial da Assembleia Legislativa da Bahia em homenagem à memória da Revolução dos Búzios, pelo transcurso de seus 219 anos, integrando a mesa na condição de convidado por seu livro intitulado A Comunicação Social na Revolução dos Alfaiates (1998), por ela editado, em convênio com a Academia de Letras da Bahia, como parte da programação pelos 200 anos desse histórico acontecimento precursor da Independência do Brasil.

Em dezembro, publica Antologia poética e inéditos, editado em convênio entre a Assembleia Legislativa da Bahia e a ALB, integrando a coletânea Mestres da Literatura Baiana.

2018 – Em agosto, publica a 3ª edição de A Comunicação Social na Revolução dos Alfaiates, lançada na sede do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia, em comemoração aos 220 anos da insurreição levantada na Bahia, em 1798, também denominada Revolta dos Búzios. (Salvador: ALBA Cultural, em coedição com a Academia de Letras da Bahia).

2022 – Em 12 de novembro, publica CACAUEIROS – Poesia. Conto. Teatro (Itabuna-BA: Editora Mondrongo, 2022). Lançamento na Bienal do Livro da Bahia, no Centro de Convenções de Salvador (Boca do Rio). 

2023 - Em 25 de abril, lançamento de Academia dos Rebeldes e outros exercícios redacionais (Salvador: ALBA Cultural, 2022). Em reunião especial, no Museu de Arte da Bahia, com a presença do presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado Adolfo Menezes, e do vice-governador do Estado da Bahia,



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