segunda-feira, 11 de agosto de 2014

ARIOVALDO MATOS

Jornalista Ariovaldo Matos (Ari), 1926-1988
ARIOVALDO MATOS
                                   In memoriam

Nem (abra-se o caderno do passado)
se fôssemos parentes saberias
o que guardava-me a mente a teu lado
pelo correr das noites e dos dias,

Quando, sôfrego, à máquina escrevias
páginas de um jornal – ou quase um brado
que ia e voltava a teu convívio, alado
tropel sobre impassíveis geografias.

Como decifrador de calendários,
a batalha dos signos açulava-
te a matilha de ventos operários.

Eras real, um homem verdadeiro.
Mais não pude guardar, se o que eu sonhava

era ser aprendiz de feiticeiro.

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