Este manto da tarde incendiado,
frágua onde o sol do olhar se põe refém
restaura o manuscrito de um julgado
que vem de Ovídio e de Virgílio vem.
Levanta voo o pássaro sagrado,
de aroma e ouro cingido, e se detém;
arrebatando auroras, como a um prado
virgem, as cores formam seu harém.
Alude a carnaval, entre palmeiras,
com que mantém madura sociedade,
em ninho de perfumes. As primeiras
horas da noite chegam, sugerindo
que o espetáculo da imortalidade
nasce da asa do pássaro se esvaindo.
(Salvador, 18 fev. 2001)
Imagem da ave Fênix, pintura do Google |
Nenhum comentário:
Postar um comentário