terça-feira, 5 de agosto de 2014

FÊNIX

               A James Amado

Este manto da tarde incendiado,
frágua onde o sol do olhar se põe refém
restaura o manuscrito de um julgado
que vem de Ovídio e de Virgílio vem.

Levanta voo o pássaro sagrado,
de aroma e ouro cingido, e se detém;
arrebatando auroras, como a um prado
virgem, as cores formam seu harém.

Alude a carnaval, entre palmeiras,
com que mantém madura sociedade,
em ninho de perfumes. As primeiras

horas da noite chegam, sugerindo
que o espetáculo da imortalidade
nasce da asa do pássaro se esvaindo.
(Salvador, 18 fev. 2001)

Imagem da ave Fênix, pintura do Google

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